Primeira noite competitiva da categoria Ouro exibe diversidade do folclore amazonense

A diversidade de influências e estilos dos grupos que compõem a categoria Ouro do 65⁰ Festival Folclórico do Amazonas ficou evidente na primeira noite competitiva do evento, realizado na arena do Centro Cultural dos Povos da Amazônia.

Seis grupos se apresentaram para a avaliação dos jurados, revezando na arena influências herdadas de nordestinos, indígenas e caboclos. Além disso, evidenciando a miscigenação que deu origem às diversas manifestações folclóricas que sobrevivem há décadas no Amazonas.

Danças regionais, quadrilhas, danças indígenas e nordestinas passaram pelo Centro Cultural dos Povos da Amazônia neste sábado (15/07). Dessa forma, exibindo também diversidade na faixa etária dos brincantes, que eram de crianças a idosos.

Tradição

Brincando de vaqueiros no Garrote Tradicional Brilho do Campo, CarlaSilva e Stênio Ramos cultivam o hábito de brincar de boi há décadas. Certamente, Ele aos 80 e ela aos 68 eram dos mais animados integrantes do bumbá.

“Brinquei no Corre Campo, brinquei no Amado, em todos os bois de Manaus eu brinquei. Na Colina, no General Osório, no Parque Amazonense, em todos esses lugares eu brinquei, desde menino”, se orgulha Stênio, citando locais tradicionais que abrigaram o Festival Folclórico em Manaus e acrescentando que não pretende parar de brincar de boi tão cedo.

Torcidas

As torcidas organizadas também foram presença marcante na noite folclórica. Além disso, uma das mais fortes, empunhando faixas e balões verdes e brancos, era a da quadrilha de duelo Em Busca da Paz, do bairro da Redenção. Inegavelmente, a torcida estava sob a liderança de Priscila Maia.

“Somos da Redenção e torcemos pela melhor quadrilha de Manaus, a quadrilha do meu coração. Me dedico a ela desde 2019. A quadrilha já tem 14 anos, mas desde 2019 eu coordeno essa bagunça maravilhosa”, afirma Priscila, rechaçando o título de “torcida organizada”.

Coordenador da Dança do Cacetinho Waimiri Atroari, existente desde 1988, do bairro de Santa Luzia, José de Arimateia, destacou o espírito esportivo da competição.

“Temos vários títulos na categoria Ouro, mas nem sempre somos campeões. Tem baixas. Ano passado, por exemplo, fomos vice-campeões. Mas isso não nos faz perder nosso mérito, nem nossa essência. Meu adversário, o Baniwa, fez um trabalho legal e mereceu. Estamos aqui para engrandecer o festival e resgatar a cultura popular do nosso estado”, afirmou José de Arimateia.

Passaram pela arena do Centro Cultural dos Povos da Amazônia a Dança Nordestina Descendentes de Lampião e a Dança Regional Lendas e Povos da Amazônia. Além disso, a Dança Nordestina Vingadores do Sertão, que fechou a noite. Fora da mostra competitiva, os grupos de dança do projeto Vida e Saúde do Idoso Ativo abriram a noite folclórica no Povos da Amazônia. Mais informações estão disponíveis no Instagram Oficial da Secretaria de Estado de Cultura e Economia e Criativa.

Fotos: Roberto Carlos Mendes

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