A Amazônia nos dados do Censo 2022: novos desafios?

Por Norma Bentes| A Amazônia, uma das regiões mais importantes do planeta, possui desafios relacionados a desigualdade social, ao gigantismo territorial, a diversidade de grupos étnicos, as distâncias e dificuldades logísticas e, a questão ambiental, hoje agravada pela crise climática.

Os dados do Censo 2022 atualizam a visão desta região “meio continente”, que com 3.850.593 km2 corresponde a 45% do território brasileiro (8.510.417 km2), conforme o IBGE (2023). Além disso, a Amazônia, aqui tratada como sinônimo de Região Norte, composta por 05 Estados, manteve a posição de 4a região mais populosa do país, registrando 17.354.884 habitantes, ou 9,75% do total do Brasil, a frente da Centro-Oeste, com 16.289.538 (8,02%).

Sua taxa de crescimento geométrico (TCGA) – crescimento anual da população no período 2022/2010 -, foi de 0,75%, superior à do Brasil (0,52%). O Estado amazônico com a maior taxa de TCGA foi Roraima (2,93%), seguido do Amazonas e do Acre, ambos com 1,03%.

Dessa forma, o gigantismo territorial dos Estados do Amazonas e Pará, 1o e 2o lugar em extensão no país, também é reproduzido no tamanho de suas populações, com alternância de posição. O Pará é o Estado amazônico mais populoso, com 8.120.131 pessoas, seguido do Amazonas, com 3.941.613 pessoas. A população dessas duas unidades da federação (UFs) somada, perfaz 12.061.744 pessoas, correspondendo a 69,50% do total de habitantes da Amazônia.

Por outro lado, a distribuição da população amazônica no território é rarefeita, se comparada à densidade demográfica do país. A Amazônia possui 4,51 habitantes por Km2 e, no Brasil essa proporção é de 23,86 hab/km2. Rondônia é o Estado com a maior densidade demográfica (6,65 hab/km2), seguido do Pará (6,52 hab/km2)..

Os dados de população, tamanho do território, taxa de crescimento geométrico e densidade demográfica das UFs amazônicas constam abaixo:

Podemos afirmar que, concentração e dispersão são chaves para entender a distribuição da população no território amazônico e, também para a implementação de políticas púbicas. O gigantismo territorial e a distribuição da população no espaço, exigem, dentre outras medidas, estratégias e logística adequadas para superar as distâncias geográficas e viabilizar acesso às políticas públicas para toda a população amazônica independente do local onde está domiciliada.

Fontes:
https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/index.html
https://cidades.ibge.gov.br/

Fotos: José Narbaes

Biografia

Norma Maria Bentes de Sousa
Nascida em Santarém-PA
Graduação em Serviço Social (UFPA) – 1995), Mestrado em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ) – 1998, Doutorado em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ) – 2016.
Analista de Informações Geográficas e Estatísticas, IBGE SES Pará.
Autora dos Livros:
– Manaus: Realidade e contrastes sociais 2004 – 1a edição); 2014 – 2a edição. Manaus, Editora Valer;
= Indicadores Sociais no Amazonas: Contrastes na urbanização da capital e do interior. Manaus, COMCULTURA, 2008.
Premiações:
– Prêmio Literário Cidades de Manaus, Categoria Samuel Benchimol – Livro de Ensaio Socioeconômico – Ano 2008
– Prêmio Literário Cidades de Manaus, Categoria Samuel Benchimol – Livro de Ensaio Socioeconômico – Ano 2014

Acesse o www.culturaamazonica.com.br e saiba mais sobre a região amazônica.